terça-feira, 28 de julho de 2009

MEIO AMBIENTE1- SOLO

SOLO

O Estado de São Paulo, com uma população de 35 milhões de habitantes, produz 20 mil toneladas de lixo urbano por dia. Este é um dos grandes desafios ambientais que a CETESB enfrenta, apesar de os resíduos urbanos serem de responsabilidade do poder público municipal. Por esse motivo, desde 1976, a CETESB oferece assistência técnica e desenvolve ações de controle nos municípios.

Por meio do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos, atualizado todos os anos, promove o acompanhamento da situação em cada um dos 645 municípios paulistas, constatando que de 77,8% no início da gestão, recuou para 46,7% os que não procedem de forma adequada na destinação do lixo domiciliar. Até o final de 2002, esse índice deverá cair para 20% com o desenvolvimento dos projetos de aterros em valas, implementados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente com o suporte técnico da CETESB que analisa as propostas técnicas, acompanhando a sua implantação e fiscalizando a sua operação.

Outro grande desafio são os resíduos sólidos industriais. Segundo inventário realizado pela CETESB, em 1999, o Estado produz 512.196 toneladas de resíduos sólidos perigosos, dos quais 53% são tratados, 31% armazenados e 16% depositados no solo. Além disso, são produzidas ainda 19.519.026 toneladas de resíduos não inertes e 1.012.899 toneladas de resíduos inertes.

A CETESB acompanha a movimentação de resíduos perigosos, avaliando as condições de estocagem, transporte e disposição final, só concedendo o Certificado de Autorização de Destinação de Resíduos Industriais se todas as exigências forem atendidas.

Definição

O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do remanejamento e da organização do material original (rocha, sedimento ou outro solo), sob a ação da vida, da atmosfera e das trocas de energia que aí se manifestam, e constituído por quantidades variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e saturada, ar e organismos vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros animais.

São funções do solo:

• sustentação da vida e do "habitat" para pessoas, animais, plantas e outros organismos;
• manutenção do ciclo da água e dos nutrientes;
• proteção da água subterrânea;
• manutenção do patrimônio histórico, natural e cultural;
• conservação das reservas minerais e de matérias primas;
• produção de alimentos; e
• meio para manutenção da atividade sócio-econômica.



Propriedades

O solo é constituído por três fases: sólida, líqüida e gasosa. A fase sólida é constituída pelo material parental (rocha) local ou transportado e material orgânico, originário da decomposição vegetal e animal. A fase líqüida, a água ou a solução do solo (elementos orgânicos e inorgânicos em solução), e a fase gasosa, de composição variável, de acordo com os gases produzidos e consumidos pelas raízes das plantas e dos animais (CO2 e O2).



As propriedades físicas, químicas e biológicas do solo são determinadas pelo processo geológico de sua formação, origem dos minerais, e sua evolução de acordo com o clima e o relevo do local, além dos organismos vivos que o habitam.



Dependendo da espécie mineralógica que deu origem e dos mecanismos de intemperismo e transporte, o solo apresenta diferentes conteúdos das frações: areias, siltes ou argilas. O tamanho relativo dos grãos do solo é chamado de textura e sua medida de granulometria (escala granulométrica ), para classificação da textura do solos. A Figura abaixo é apresentada a escala de textura utilizada para solo.


Os horizontes do solos ou seja, camadas que diferenciam-se entre si são formados a partir da modificação do material original, por meio dos processos de intemperismo, apresentando diferentes colorações de acordo com o grau de hidratação do ferro, dos teores de cálcio e óxido de sílício, além do teor de matéria orgânica nas camadas superficiais. O perfil do solo, é então, o conjunto dos horizontes e/ou camadas que abrangem, verticalmente, desde a superfície até o material originário. Os solos apresentam grande variedade ao longo de uma mesma região e entre diferentes regiões.

Os solos tropicais são mais profundos e mais quentes que os solos de clima temperado. Possuem mais alumínio que sílica e apresentam uma capacidade de troca catiônica - CTC- menor que os solos formados em clima temperado. A decomposição da matéria orgânica é mais rápida e as plantas absorvem mais água em comparação aos solos de clima temperado. Como há maior lixiviação de cátions em solos ácidos, arenosos, com baixo teor de matéria orgânica e baixa CTC, há maior possibilidade de uma substância atingir a água subterrânea. -> fazer link

A vegetação -> fazer link que cresce nesses solos tem capacidade de absorver poluentes e muitas vezes produzir safras aparentemente normais, mas que podem apresentar riscos ao consumo humano e de outros animais.

O tipo de material constituinte e sua granulometria influem nas propriedades do solo e nos mecanismos de atenuação e transporte de poluentes.

As propriedades físicas do solo (textura, estrutura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor) são responsáveis pelos mecanismos de atenuação física de poluentes, como filtração e lixiviação, possibilitando ainda condições para que os processos de atenuação química e biológica possam ocorrer.

O movimento da água no solos se dá em um meio poroso heterogêneo, onde o tamanho, a forma e as conexões entre os vazios do solo e a viscosidade do fluído determinam a velocidade de passagem. Assim, o transporte e mobilidade de poluentes no solo dependem também da forma e tamanho das partículas que compõem um dado solo, assim como do seu grau de compactação.

A água que percola através dos solos, por ação da gravidade, é somente uma parte da água intersticial . Para fins práticos, não há um grande interesse sobre como se processa o escoamento através dos poros, mas sim pelo fluxo resultante através de uma porção de solo, o qual é influenciado pelo coeficiente de permeabilidade do solo, ou seja, pela sua condutividade hidráulica. Este coeficiente é um índice da maior ou menor dificuldade que o solo opõe à percolação de água através de seus poros.

Na Figura abaixo são apresentadas a escala das características de permeabilidade e drenagem dos solos relacionada à textura.



As propriedades químicas dos solos (pH, teor de nutrientes, capacidade de troca iônica, condutividade elétrica e matéria orgânica) são, ao lado da atividade biológica, responsáveis pelos principais mecanismos de atenuação de poluentes nesse meio. Entre estes podem ser destacados a adsorção, a fixação química, precipitação, oxidação, troca e a neutralização que invariavelmente ocorrem no solo e através do manejo de suas propriedades podem ser incrementados.

O fenômeno de troca de íons no solo junto com a fotossíntese são reações que possibilitam a vida na Terra. Os cátions retidos nos colóides do solo podem ser substituídos por outros cátions. O solo é capaz de reter íons positivos e permutá-los por quantidades estequiométricas equivalentes.


A capacidade de troca de cátions de um solo é dado pela somatória das bases (potássio+cálcio+magnésio+sódio) mais a acidez potencial (alumínio + hidrogênio).

A matéria orgânica (humus) do solo inclui todos os compostos orgânico, exceto os materiais não decompostos e os organismos vivos (biomassa). A matéria orgânica pode ajudar no aquecimento do solo, no suprimento de nutriente para as plantas, permite troca de gases, estabiliza a estrutura e aumenta permeabilidade.

Os organismos do solo são responsáveis pelos processos de decomposição.



Salinização

A salinização dos solos é mais freqüente em regiões tropicais de clima quente e seco, com elevadas taxas de evapotranspiração e baixos índices pluviométricos.

O aumento de sais solúveis em um solo, eleva o seu potencial osmótico, as plantas têm dificuldade de absorção água e nutrientes provocando a redução do seu crescimento, sendo também perceptível injúrias foliares.




A proporção relativa de sódio (Na) em relação a outros cátions (Ca e Mg) compromete a capacidade de infiltração do solo pela dispersão das argilas, provocando o escoamento superficial e a redução na produção da maioria das culturas agrícolas.

Parâmetros de controle e monitoramento utilizados para solos são: determinação de substâncias orgânicas e inorgânicas (metais) para comparação com valores orientadores, porcentagem de sódio trocável - PST (%) e porcentagem de potássio trocável em análises de fertilidade de solos para fins agrícolas.


Poluição


O solo atua freqüentemente como um "filtro", tendo a capacidade de depuração e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo, devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos, à aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e à disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos.

O tema poluição do solo vem, cada vez mais, se tornando motivo de preocupação para a sociedade e para as autoridades, devido não só aos aspectos de proteção à saúde publica e ao meio ambiente, mas também à publicidade dada aos relatos de episódios críticos de poluição por todo o mundo.

Apesar desta realidade, a poluição do solo ainda não foi plenamente discutida e ainda não existe um consenso entre os pesquisadores de quais seriam as melhores formas de abordagem da questão. Além das dificuldades técnicas, a questão política se reveste de grande importância pois, se não for adequadamente conduzida, o controle da poluição ficará muito prejudicado e terá conseqüências irreversíveis para a ciclagem de nutrientes (ciclo do carbono, nitrogênio, fósforo) na natureza e ciclo da água, prejudicando a produção de alimentos de origem vegetal e animal.

Historicamente, o solo tem sido utilizado por gerações como receptor de substâncias resultantes da atividade humana. Com o aparecimento dos processos de transformação em grande escala a partir da Revolução Industrial, a liberação descontrolada de poluentes para o ambiente e sua conseqüente acumulação no solo e nos sedimentos sofreu uma mudança drástica de forma e de intensidade, explicada pelo uso intensivo dos recursos naturais e dos resíduos gerados pelo aumento das atividades urbanas, industriais e agrícolas.

Essa utilização do solo como receptor de poluentes pode se dar localmente por um depósito de resíduos; por uma área de estocagem ou processamento de produtos químicos; por disposição de resíduos e efluentes, por algum vazamento ou derramamento; ou ainda regionalmente através de deposição pela atmosfera, por inundação ou mesmo por práticas agrícolas indiscriminadas. Desta forma, uma constante migração descendente de poluentes do solo para a água subterrâne ocorrerá, o que pode se tornar um grande problema para aquelas populações que fazem uso deste recurso hídrico. A Figura 1 apresenta sucintamente as fontes de poluição do solo e sua migração.


A preocupação com as conseqüências ambientais decorrentes desses fenômenos, especialmente no solo, só recentemente têm sido discutida. Cada vez mais o solo é considerado um recurso limitado, e fundamental no ecossistema mundial. Assim, o conceito de protege-lo tem sido objeto de intensas discussões e faz parte da agenda política dos países desenvolvidos.

A poluição do solo é um assunto complexo, não só pelas muitas funções que desempenha, mas também pelo seu reconhecimento como uma "commodity" econômica, isto é, possui um valor econômico intrínseco.

No momento em que um contaminante ou poluente atinge a superfície do solo, ele pode ser adsorvido, arrastado pelo vento ou pelas águas do escoamento superficial, ou lixiviado pelas águas de infiltração, passando para as camadas inferiores e atingindo as águas subterrâneas. Uma vez atingindo as águas subterrâneas, esse poluente será então carreado para outras regiões, através do fluxo dessas águas. A Figura 2 ilustra as formas de ocorrência de poluentes no solo e a Figura 3 os principais mecanismos de atenuação e transporte. O Quadro 1 apresenta uma lista de atividades de uso e ocupação potencialmente poluentes para o solo.


Figura 2 - Formas de ocorrência de poluentes no solo


Figura 3 - Principais mecanismos de atenuação e transporte de poluentes no solo

Quadro 1 – Atividades de usos e ocupação do solo, potencialmente poluentes
Aplicação no solo de lodos de esgoto, lodos orgânicos industriais, ou outros resíduos
Aterros e outras instalações de tratamento e disposição de resíduos
Silvicultura
Estocagem de resíduos perigosos
Atividades Extrativistas
Produção e teste de munições
Agricultura/horticultura
Refinarias de petróleo
Aeroportos
Fabricação de tintas
Atividades de processamento de animais
Manutenção de rodovias
Atividades de processamento de asbestos
Estocagem de produtos químicos, petróleo e derivados
Atividades de lavra e processamento de argila
Produção de energia
Enterro de animais doentes
Estocagem ou disposição de material radioativo
Cemitérios
Ferrovias e pátios ferroviários
Atividades de processamento de produtos químicos
Atividades de processamento de papel e impressão
Mineração
Processamento de Borracha
Atividades de docagem e reparação de embarcações
Tratamento de efluentes e áreas de tratamento de lodos
Atividades de reparação de veículos
Ferro-velhos e depósitos de sucata
Atividades de lavagem a seco
Construção civil
Manufatura de equipamentos elétricos
Curtumes e associados
Indústria de alimentos para consumo animal
Produção de pneus
Atividades de processamento do carvão
Produção, estocagem e utilização de preservativos de madeira
Manufatura de cerâmica e vidro
Atividades de processamento de ferro e aço
Hospitais
Laboratórios

Um grande número de substâncias potencialmente perigosas pode estar presente em um local, embora geralmente suas concentrações sejam baixas. Essas substâncias freqüentemente estarão acumuladas perto do ponto em que foram processadas, estocadas ou utilizadas e isso é um dado importante na condução dos estudos efetivos do histórico do local. As concentrações determinadas nesses locais são comparadas aos valores orientadores para definição da condição de qualidade do solo.

fonte da pesquisa: secretaria de meio ambiente(http://www.ambiente.sp.gov.br/)

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